Monday 29 June 2009

Corrida das Festas da Cidade do Porto

A Corrida das Festas da Cidade do Porto tornou-se, desde há algum tempo, numa das referências das corridas de estrada nesta altura do ano. Suportada numa organização profissional e que tem vindo a evoluir na qualidade do seu trabalho com o andar do tempo e com um percurso muito bonito, na zona litotal da cidade do Porto, esta corrida tem todos os ingredientes de que os atletas de pelotão gostam.

Foi pois, com grande satisfação que me inscrevi e que fiz a prova. Mimoseado com um dorsal VIP, acabei por beneficiar de mais alguns "extras" do que aquilo que é normal, o que me permitiu estar mais perto das estrelas da prova: Fernanda Ribeiro, Marisa Barros, Jéssica Augusto, Martin Fiz, Rui Pedro Silva, Alberto Chaiça ou os africanos.

À partida para esta prova sabia não estar em grandes condições. Para além de estar a treinar relativamente pouco e sem grande orientação, estou há uns 10 dias com uma persistente tosse que me tem deixado com menos força do que é normal. Apesar disso, comecei a prova em ritmo elevado, tendo feito o primeiro quilómetro em 4:00. Fui seguindo nestes ritmos, entre os 4:00 e os 4:10 até ao quinto quilómetro, na primeira passagem pela meta, onde registei 21:00. Era um tempo bom, mas já me sentia em perda e sabia claramente que os últimos 10 Km iriam ser difícieis.

Continuei em ritmos que rondavam os 4:30 por quilómetro, mas sempre a baixar. Para além disso sentia-me cansado e sem capacidade de reagir. A passagem aos 10 Km foi feita com 44:30, numa altura em que já andava sempre acima de 4:40 por quilómetro. A partir daqui já só pensava em chegar ao fim e não tinha grandes preocupações com o relógio.

Sempre a ser ultrapassado por atletas mais conscientes do que eu(!), fui-me encaminhando para a meta correndo cada vez mais devagar. O cansaço era tal que os últimos 2 quilómetros foram percorridos em 10:30, o que mostra bem a deficiente condição em que me encontrava. Acabei com um tempo de 1h10m10s para os 15.150 metros (controlados no GPS do meu relógio). Fui o 475º classificado de entre os 1.223 atletas chegados à meta.

Apesar de tudo faço um balanço positivo. Consegui lutar contra as dificuldades e chegar ao final com um tempo inferior ao que fiz no último ano. Numa fase de recuperação como aquela em que me encontro, o mais importante é ir conseguindo correr sem dores e com prazer e foi isso mesmo que aconteceu.

Antes de terminar quero deixar uma palavra de sincero agradecimento ao Rui Sousa, colega de equipa e que me acompanhou ao longo de toda a prova, ajuda especialmente importante na última fase. Para além disso quero deixar uma palavra amiga a alguns bloggers que encontrei ou que vi, como foi o caso do Fernando Andrade, do Mark Velhote, do João Meixedo, de um dos Flechinhas e de um dos Corredores em Sprint (peço desculpa por não ter fixado o nome, mas ele ultrapassou-me naquela fase em que eu já ia em forte perda).

Thursday 25 June 2009

Faltei

Dificuldades originadas pela "logística" familiar impediram-me de estar presente ontem na Milha do Dragão, tal como estava previsto.
No Domingo conto estar na Corrida das Festas da Cidade.

Friday 19 June 2009

Preparação Olímpica


Tomei hoje conhecimento de que foi assinado no passado dia 3 de Junho o Contrato-Programa de Desenvolvimento Desportivo tendo em vista a preparação da participação nacional nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012.
Confesso-me como sendo um conhecedor pouco profundo destas matérias, nomeadamente da implementação da política desportiva mas, enquanto observador atento, causa-me estranheza o hiato de praticamente um ano entre os últimos Jogos Olímpicos e a assinatura deste importante documento.
Parece-me que, se houvesse uma estratégia consequente neste aspecto, não deveria hever um período tão grande de indefinção sobre o montante e as regras do apoio público ao desporto de alto rendimento e à preparação das representações olímpicas do país.
Não seria mais lógico que fosse fixado um quadro global que permanecesse constante ao longo do tempo e que tivesse formulas de avaliação do desempenho dos seus beneficiários que permitissem, a cada momento, a entrada de novos atletas ou a saída dos que demonstrassem falta de rendimento? Desta forma não haveria estes compassos de espera que tanto perturbam a comunidade desportiva.

Wednesday 17 June 2009

Milha do Dragão

Cumprindo um desejo que já tinha há algum tempo, e que esperava concretizar este ano, a minha próxima competição será a V Milha do Dragão, prova com a distância que o próprio nome indica e que é organizada pela secção de Atletismo do FC Porto.

O meu estado de forma actual não me permite pensar em grandes resultados. Os treinos têm sido espaçados (3/4 por semana) e apenas visam consolidar a recuperação da pubalgia e a conquista de resistência, o que está longe de ser uma preparação adequada para este tipo de provas. De qualquer forma, o importante será participar!

Poucos dias depois estarei presente na Corrida das Festas da Cidade do Porto.

Tuesday 16 June 2009

As férias e os treinos

A conjugação dos treinos com as férias, sendo aparentemente fácil, acaba por tornar-se, muitas vezes, numa tarefa bem complicada. À primeira vista, pode pensar-se que por estarmos de férias ficamos com a vida mais "folgada" o que nos liberta tempo para nos dedicarmos às coisas de que mais gostamos. Em teoria isso é verdade, mas na prática nem sempre assim acontece.
No meu caso recente, estive cerca de duas semanas em viagem a Inglaterra, tendo feito um percurso que incluiu viajar de carro e em ferry boat. No caso do ferry boat, tratou-se da travessia do golfo da Biscaya, entre Bilbao e Portsmough, uma viagem com a duração de cerca de 28 horas! Tratando-se de um barco que não tinha ginásio, é fácil de ver que houve mais de dois dias em que fiquei, só por isso, impedido de correr!
Para além disso, as viagens de automóvel retiram-nos muito tempo e fazem-nos acumular algum cansaço, o que não ajuda muito à disponibilidade para correr.
De qualquer forma, consegui correr quatro vezes (uma em Espanha e três em Inglaterra), num total de 52 Km. Fiquei um pouco aquém daquilo que tinha programado, mas jão não foi mau!
Quanto à experiência de correr em Inglaterra há duas coisas que gostava de partilhar. Por um lado a confusão que é andarmos nos passeios com o trânsito a fluir ao contrário do que estamos habituados. É complicado enfrentar os cruzamentos, pois nunca sabemos bem para que lado olhar quando temos de atravessar a estrada, o que nos causa algum receio. Por outro lado, confesso que fiquei um pouco mal impressionado com a pouca cortesia dos condutores de automóvel para com os corredores de estrada. Não me tendo acontececido nada de especial (felizmente), acabei por ter um ou outro pequeno susto porque me deparei com condutores que, tendo-me visto e sabendo que eu iria atravessar a estrada (em cruzamentos e em zonas de "passadeira"), não davam a prioridade que eu contava receber (e, diga-se, a que estou habituado nos locais por onde tenho corrido). Não sei se foi azar meu, mas sinceramente estava a contar com outra atitude.

Friday 12 June 2009

De regresso

Chegado há poucos instantes de um período de duas semanas, em que estive ausente fora do país, informo os clientes da "loja" que este blog segue o seu curso normal dentro de momentos!

Monday 1 June 2009

Algumas notas sobre o Triatlo da Póvoa

Já com uma noite dormida volto ao assunto do Triatlo que fiz ontem para deixar aqui algumas notas pessoais sobre o assunto.
É curioso que nos comentários que os meus amigos deixaram ao post anterior utilizam algumas vezes a palavra "coragem" para qualificar a minha decisão de fazer a prova. Agora que esta já é passado, posso confessar o receio que tive de não conseguir superar o desafio com sucesso. Principalmente depois da experiência que fiz a nadar na piscina da Póvoa no dia anterior, o meu receio era enorme. Pior do que isso, pensei mesmo na "figura triste" que eu iria fazer, ao arrastar-me na piscina diante dos olhos de todos os que lá estivessem.


Os atletas em plena prova de natação

Este pensamento é terrível e, muitas vezes, as pessoas tendem a deixar de ousar pelo medo do parecer. No alto da nossa importância, quantas vezes damos connosco a pensar na hipótese do insucesso ou na "má imagem" que podemos deixar se tentarmos fazer algo para o qual não estejamos devidamente preparados.
Confesso, por isso, que num momento de fraqueza, entre a tarde de sábado e a manhã de domingo também fui abalado por esse pensamento medonho que, além de me pretender desmobilizar da prova, até tratava de arranjar óptimas razões para isso, o que ajudaria a deixar a minha consciência tranquila. Felizmente superei essa fraqueza e decidi avançar.
Com uma táctica para a natação que passava essencialmente por avançar o melhor que pudesse sem nunca chegar aos limites, ou seja, parando sempre que necessário, consegui chegar ao fim. Ia preparado para ser último nesse segmento e, por isso, não seria esse facto que me "deitaria abaixo". No entanto, até aí tive sorte, pois havia uma jovem do Porto e o João Plácido (amigo do Miguel Torres, o culpado de eu me ter inscrito) que fizeram a prova ao mesmo ritmo que eu.

Eu, numa das paragens para ganhar fôlego que fiz durante a minha prova

Tive a clara sensação que todas as pessoas que estavam a assistir tinham os olhos colocados em nós (talvez mais em mim, pois eles eram lentos, mas não paravam, enquanto que eu, para além de lento, ainda me agarrava às paredes da piscina a cada 25 metros). No entanto, as pessoas iam-nos incentivando, percebendo bem que estavamos ali a dar o melhor do nosso esforço.

Como bom principiante, acabei por ter outro ligeiro percalço que me fez perder alguns segundos (uns 20 ou 30). Na transição da natação para o ciclismo, calcei as sapatilhas, peguei na bicicleta e avancei. Já quase a sair do parque de transição reparo que me esqueci do capacete (que me tinha sido emprestado!) o que me obrigou a voltar para trás. Como as bicicletas eram tantas e não havia identificação do local de "estacionamento" de cada um, ainda andei à procura do meu cesto, o que não foi fácil!

Como aqui tinha dito, tive de arranjar uma bicicleta empresada. Acabei por recuperar uma bicicleta que o meu pai tinha comprado há uns 25 anos. Era uma bicicleta de corrida da marca Motobecane. Na altura em que foi comprada era uma máquina actual e de boa qualidade. Hoje não é mais do que uma peça que começa a ser apetecível para fazer parte da colecção dos amantes das bicicletas antigas. De tal forma assim o é que até o Manuel Zeferino, quando a viu, não deixou escapar um "piropo": «Grande bicicleta»!

O segmento de corrida não me correu nada bem. Não sei se por ter forçado demasiado no ciclismo, no qual sinto ter feito uma boa prova, acabei por não conseguir correr a um ritmo que me satisfizesse. Tive a sensação de ter as pernas presas e não estava com a menor capacidade de reacção. Logo na largada houve um atleta que fez comigo a transição e que em poucos metros me ganhou uma enorme vantagem o que me fez ver que iria ser bem mais dificil correr do que eu imaginava.
Na segunda metade da corrida já estava um bocadinho mais solto (não muito) e lá acabei por conseguir subir ligeiramente o ritmo. De qualquer forma foi algo frustrante aquilo que me aconteceu neste segmento, pois estava bastante confiante de que recuperaria alguns lugares nesta fase da prova, o que não aconteceu.

Consultei hoje o site da Federação de Triatlo e lá estava a classificação geral. Fiquei em 111º lugar (adoro capicuas) com o tempo oficial de 42m02s. Fiquei a 18m32s do vencedor, o promissor atleta Pedro Laginha Palma. Não tenho os parciais dos 3 segmentos, embora saiba que deverei ter demorado 10m 30s na natação. Somando a isso uns 2m para as transições, faz com que tenha gasto cerca de 30 minutos no ciclismo e na corrida.
Apesar de tudo, ainda deixei 18 atletas atrás de mim (neste número estão incluidos os que fizeram o triatlo em estafeta). Dos atletas que que participaram no meu grupo houve 28 que chegaram à minha frente e 10 que ficaram atrás de mim.

Tive o prazer de encontrar um colega da blogosfera, o Rui Pena. Foi a primeira vez que falamos e pude constatar que já é em "especialista" nestas coisas, pois fez uma boa prova. Gostei de o conhecer e espero voltar a encontrá-lo em próximas provas, sejam de Triatlo (pouco provável) ou de corrida.

Da esquerda para a direita: Miguel Torres, eu, João Plácido e Rui Pena

Finalmente quero deixar uma palavra para a organização. À parte o atraso na partida, a prova estava muito bem organizada e sente-se que há bastante profissionalismo na equipa da Federação de Triatlo. Estas provas curtas são uma bela ideia para recrutar novos aderentes a uma modalidade que tem passado por um desenvolvimento notável nos últimos anos e que tão bons resultados internacionais tem conseguido.

 
Free counter and web stats