Thursday 19 November 2009

Campeonato Nacional de Estrada - 2010

A Federação Portuguesa de Atletismo já decidiu onde se realizará a próxima edição do Campeonato Nacional de Estrada. Depois de duas edições consecutivas no norte do país (Viana do Castelo em 2008 e Mirandela em 2009), eis que a escolha recaiu sobre a Ilha do Pico, nos Açores, premiando assim a tradicional Corrida dos Reis que habitualmente se realizada em Janeiro de cada ano.

Antes de saber o local da prova tinha a intenção de nela participar. Agora penso que será muito difícil conseguir participar, dada a distância a que a mesma se vai realizar e a logistica que implicaria a deslocação. De qualquer forma tenho excelentes referências à Corrida dos Reis, especialmente as que me chegam dos meus amigos d'Os Rompe Solas de Vila do Conde, os quais costumam fazer a prova e são grandes admiradores da forma calorosa como a organização recebe todos os participantes.

Quem deve estar contente com esta notícia é o Ricardo!

Monday 16 November 2009

Treino pós-maratona

Depois de correr uma maratona cria-se em muitos de nós uma espécie de vazio. A dedicação a um grande objectivo, como é a preparação para a mítica prova, obriga-nos a um tal empenho físico e mental que pois de cumprida a prova essa "adrenalina" cai a pique. No ano passado senti coisas parecidas, que aqui partilhei com os leitores do blog.

A luta contra este estado de espírito é conseguida com o delinear de novos objectivos. É assim que comecei na passada semana uma nova fase nos meus treinos, na qual estou a dar uma especial atenção ao reforço muscular, complementando assim o treino de corrida. Para este efeito estou a ser orientado por um dos técnicos do ginásio que frequento, que se tem mostrado muito pró-activo em ajudar-me nesse sentido. Estou com alguma curiosidade para analisar os resultados deste trabalho.

Quanto a corridas, conto fazer ainda mais duas ou três provas até final do ano, sendo que duas estão perfeitamente definidas:
- 52ª. Volta a Paranhos, na qual vou tentar melhorar o meu record pessoal nos 10 Km.
- 16ª. S. Silvestre do Porto, na qual espero melhorar o resultado de 2008.

Bons treinos para todos!

Friday 13 November 2009

A minha Maratona do Porto - Depois da prova

A sensação de atravessar a linha de meta de uma maratona é única. Aquele momento fugaz condensa imensa coisa. É o momento em que as privações da família, os sacrifícios de fazer alguns treinos para os quais não tínhamos vontade ou o sofrimento da própria prova fazem sentido. É difícil explicar o profundo significado daquele lapso de tempo a quem não está por dentro deste fenómeno, mas trata-se de algo intenso e único e que nos inunda de prazer e satisfação.
No meu caso, aquele instante significava ainda que tinha conseguido ultrapassar definitivamente e com sucesso a lesão do primeiro trimestre do ano e que tinha conseguido reconfirmar, ainda este ano, a minha condição de maratonista. Lembro-me bem das palavras que ouvi do fisioterapeuta durante os tratamentos que fiz sobre os erros cometidos por muita gente que se dedica tardiamente, com alguma intensidade, à corrida (como é o meu caso) e da sua afirmação de que, se eu fosse sensato, não deveria voltar a correr maratonas.
Provavelmente ele tem razão, mas o ser humano não se satisfaz com uma vivência permanentemente sensata. Quantas e quantas vezes é na insensatez que encontramos caminhos que nos completam.

Apesar de não ter alcançado o objectivo de correr abaixo de 3h30m por uma margem relativamente pequena, estava muito satisfeito pela prova. Depois de cortar a meta e de receber a minha medalha vejo o Fernando Andrade e o João Meixedo, sendo saudado por ambos com um fraterno abraço. Afinal eles tinham acabado de fazer excelentes provas e estavam satisfeitos com isso. Abraço também o João Fernandes (que grande prova que ele fez!!!) e sinto vontade de descansar.
Era o tempo de saciar a sensação de sede que tive muitas vezes durante a prova e que o medo de cometer excessos me tinha impedido de satisfazer. Bebi rapidamente duas garrafas de água e apanhei uma maça que comecei a comer. O meu cansaço era muito grande e sem pensar em mais nada cedo à tentação de me sentar nos bancos que estavam à nossa disposição. O espaço disponível era exíguo, pelo que não havia muitas alternativas: ou me sentava ou então entrava na fila de espera para as massagens ou então saia daquela área, ficando privado de ter acesso a água, por exemplo.

À medida que o tempo passava (comigo sentado), a sensação de mal estar aumentava. Recordo-me que saudar o Ricardo e o António pouco depois deles terem chegado, mas a verdade é que eu me estava a começar a sentir bastante mal. Já não conseguindo estar sentado, aproveito então os bancos corridos para me deitar esperando, com isso, que as coisas melhorassem. Infelizmente acontecia o contrário: à medida que o tempo passava eu ficava pior. As mãos pareciam estar ligadas a uma tomada eléctrica e a certa altura já tinha dificuldade em levantar-me. O meu estado chamou a atenção dos amigos que estavam por perto e em pouco tempo um atleta que se apresentou como médico abeirou-se de mim para me tentar ajudar. Apalpou-me o pulso para tentar saber se haveria algum probema cardiaco e pergunta-me se tinha feito alguns exames antes da prova. Respondo-lhe que sim (fiz prova de esforço há poucos meses) e tento manter o diálogo. Vendo que eu tinha o monitor cardiaco pergunta-me se andei muito tempo a correr à volta dos 180 bpm. Respondo-lhe que poucas vezes devo ter passado dos 150, mas a verdade é que o meu estado piorava e nesta fase já nem me conseguia aguentar de pé. Os musculos das pernas estavam em péssimo estado, com cãimbras dolorosas.

Perante este cenário, esse atleta pede para me levarem à tenda da Cruz Vermelha, para onde sou transportado de maca. Para além do mal estar geral, as dores dos musculos das pernas são cada vez mais fortes. Quem me tratou rapidamente chegou à conclusão de que seria necessário medicar-me. Ministram-me um injectável intramuscular para relaxar os musculos e algum tempo depois começo, efectivamente, a sentir algumas melhorias. Durante todo este tempo estou deitado numa maca e coberto para evitar o frio. Os meus amigos vão passando por mim para ver o meu estado e para me dar ânimo, embora tenha persentido neles algum choque pelo mau estado a que cheguei. Acreditem que eu próprio estava algo desapontado com esta reacção, mas não era possível controlar aquilo.

O meu estado não me permitia ter uma noção muito precisa do tempo. De qualquer forma devo ter estado na tenda da Cruz Vermelha durante uns 30 minutos. Foi o tempo suficiente para recuperar minimamente e para conseguir abandonar o local pelo meu próprio pé e regressar até casa. Fui advertido de que não deveria conduzir, pelo que foi um dos amigos que levou o meu carro até casa.

Esta reacção negativa superou largamente aquilo que me tinha acontecido em 2008. Nessa altura também tive um período pós-corrida em que me senti mal, mas não foi nada que se parecesse com aquilo que sucedeu agora. O que ditou, então, a diferença?
Não tenho conhecimentos suficientes para saber o que terá acontecido, mas admito que o problema tenha estado na deficiente alimentação ao longo de toda a prova. Fiz apenas uma toma de gel aos 30 Km e fui bebendo apenas pequenos tragos de água. No ano passado, em contrapartida, fiz três tomas de gel. Talvez esse facto me tenha levado a chegar a limites de esforço mais fortes do que seria desejável.
Para além disso, acredito que o facto de ter cedido à tentação de me sentar logo após a prova tenha causado o problema das cãimbras. Se tivesse caminhado por mais 5 ou 10 minutos talvez as coisas tivessem levado outro caminho. De qualquer forma a exiguidade do espaço não facilitava nada que se fizessem grandes caminhadas.

Enfim, foi um episódio desagradável, mas que, felizmente, não teve quaisquer consequências. Esta semana já treinei e as sensações que tive foram coincidentes com o estado de forma que sentia antes de correr a maratona. Até ao final do ano conto fazer a Volta a Paranhos e a S. Silvestre do Porto. Não sei se participarei ainda em mais provas, mas pelo menos estas estão garantidas. E claro, para o ano haverá, pelo menos, mais uma maratona!

Wednesday 11 November 2009

A minha Maratona do Porto - A prova

Tal como escrevi nos últimos posts antes da prova, sabia-me em boa forma para atacar os 42 quilómetros. Apesar de ter feito uma preparação menos inensiva do que no ano anterior (ou talvez por isso mesmo), senti claramente o crescendo de forma e a melhoria do rendimento nas últimas semanas. Na verdade, se nos primeiros meses da preparação dei comigo, em muitos treinos, a sentir a corrida sair-me "pesada", no último mês, e muito especialmente depois da Meia Maratona de Ovar, as coisas mudaram completamente e senti-me a correr com uma naturalidade da qual, tenho de confessar, já sentia saudades.

Por outro lado, esta maratona, por já não ser a primeira, foi vivida com muito menos ansiedade. Sem perder nunca o respeito pela distância, consegui viver os últimos dias com bastante naturalidade e não me condicionar em praticamente nada pelo facto de ir correr uma maratona no dia 8 de Novembro. Talvez por isso mesmo, não estudei a prova com o mesmo cuidado com que o fiz no ano transacto, seja em termos de andamentos a impor, política de abastecimentos, etc. Deixei que essa parte acabasse por ser definida em cima do momento e um pouco em função das circunstâncias da própria prova. Vistas as coisas a esta distância, creio que o meu instinto funcionou bem no que respeita à gestão dos ritmos, mas falhou na parte respeitante aos abastecimentos, o que terá estado na origem do elevado preço que paguei no final.

Feito este intróito, que explica o meu estado de espírito tranquilo e relaxado à partida, vamos à prova propriamente dita. Entrei para a zona de partida já quando faltavam menos de cinco minutos para a largada, momento em que liguei o meu relógio (Garmin Forerunner 305). A primeira preocupação que tive foi precisamente com o relógio, pois, ao contrário do que é normal, este demorou uns bons 3 ou 4 minutos para encontrar o satélite, o que me fez chegar a temer iniciar a prova sem ter o GPS a funcionar. Imagino que a concentração de pedidos de acesso ao satélite naquele local tenha causado este atraso... Felizmente o GPS conseguiu ser activado poucos instantes antes da partida. Rodeado de amigos da blogosfera, ouvi o tiro e comecei a correr.

A corrida começa com a mais ingreme subida de todo o percurso, na Rua Júlio Dinis, um pequeno trecho que se faz bem, pois as forças ainda estão no máximo. Ao fim do primeiro quilómetro, em plena Rotunda da Boavista, controlo 4:57 e encontro o meu companheiro de 3/4 do percurso: o João Meixedo. Tínhamos objectivos idênticos e lá nos juntamos em amena cavaqueira. O objectivo era rolar a uma média por volta dos 4:45/km com o objectivo de não nos desgastarmos em demasia na primeira parte da prova.

Rapidamente percebemos que não ia ser fácil cumprir esse objectivo, pelo menos enquanto estivessemos a descer a Avenida da Boavista. Os quilómetros sucediam-se e os ritmos que variavam entre os 4:30 e os 4:40. Foi assim que completamos os primeiros 5 Km em 23:17, um ritmo bem agradável. Apesar de preocupados com as consequências futuras que esses ritmos nos poderiam causar, lá continuamos, tal era a facilidade com que a prova estava a decorrer. Com a chegada ao Castelo do Queijo e a corrida a instalar-se em piso plano e não inclinado, os ritmos baixaram naturalmente para aquilo que tinhamos previsto. Entre o 7º e o 10º quilómetro andamos sempre entre os 4:44 e os 4:54, para passar aos 10 Km em 47:04.

A partir daí, e já sem a malta da Family Race a confundir-nos os andamentos, seguimos, sempre a conversar sobre tudo e mais alguma coisa, a ritmos confortáveis que variavam entre os 4:40 e os 4:50. A certa altura, e já com mais de uma hora de prova até nos sentimos desconfiados com a facilidade com que tudo estava a acontecer. O tempo passava sem que dessemos por ele e a prova estava a ser muito fácil! Claro que dissemos isto em voz baixa, mas esse era o sentimento dessa fase. Os 15 Km foram atingidos com 1.11:07.

A légua seguinte incluia a passagem pelo túnel da Ribeira e o atravessamento da Ponte D. Luis, um momento particularmente agradável pela presença de público e, este ano, pela música da uma das bandas espalhadas pelo percurso. Curiosamente o público que nos apoiava era constituído na sua maioria por familiares de maratonistas espanhóis que, apesar disso, não regateavam apoio a todos, dando assim uma bela lição de desportivismo. O nosso ritmo mantinha-se, embora agora já com alguns quilómetros a serem corridos por volta dos 4:55. Já na zona da Afurada atingimos os 20Km com 1.35:15 e os 21Km com 1.40:15, o que apontará para a passagem à Meia Maratona com um tempo na ordem dos 1.40:45. Para os nossos objectivos era uma excelente passagem, pois dava uma boa margem para chegar à meta abaixo das 3h30m, um objectivo comum que cada um tentaria superar com a maior margem possível.

O regresso da Afurada fez-se em ritmos que oscilaram entre os 4:47 (25º Km) e os 5:02 (21º Km) numa fase em que nos mantínhamos confiantes e a correr com facilidade. Com isto alcançamos os 25 km de prova com 1.59:49. Ao longo de todo este tempo, o João Meixedo tinha já aproveitado as várias ofertas de bebidas isotónicas e de fruta que a organização disponibilizada aos atletas. Eu, com medo de reacções adversas, apenas ia bebendo alguma água e mesmo assim muito pouco. Este meu receio tinha duas razões de ser bem fortes. Por um lado, o medo de uma perturbação intestinal como a que me aconteceu no ano passado em que tive de parar para satisfazer uma necessidade em pleno jardim público. Nessa altura atribui isso ao facto de ter feito três tomas de gel ao longo da prova. Por outro lado, também não me esqueci do que me aconteceu no final da Meia Maratona Sport Zone, em que tive de parar para vomitar a escassos metros da meta, o que atribuo ao facto de ter bebido demasiada água na parte final da prova. Ora, com medo da repetição de ambas as situações, e porque não treinei devidamente os abastecimentos, acabei por beber pouca água e apenas fazer uma toma de gel aos 30 Km.

O percurso mais desagradável de toda a prova é aquele que nos leva desde a Ponte D. Luis ao Freixo. Não só pela menor exuberância da paisagem, mas principalmente pelo facto de nos afastarmos da meta numa fase em que o que mais queremos é começar a ver o fim da prova. Apesar disso, lá seguimos na mesma toada, sempre com ritmos que oscilaram entre os 4:49 e os 5:05 (26º Km). Nesta fase da corrida a conversa é muito menos frequente. O cansaço começa a aparecer e a disponibilidade para falar é menor. De qualquer forma, o moral ainda era bastante elevado. Os 30 Km foram alcançados com 2.24:20 e já estavamos virados para a meta, pensamento que nos deixa sempre mais animados.

A partir daqui e até ao final, só consegui fazer um quilómetro abaixo de 5:00 - o Km 33 - rodando sempre acima desse ritmo. Entre o 31º e o 34º o ritmo esteve abaixo de 5:10, mas o quilómetro 35 já foi corrido em 5:19. Foi nesta fase que perdi a companhia do João Meixedo que, percebendo que eu estava a entrar em dificuldades e sentindo-se forte, avançou com a sua própria prova. Estavamos por volta do Km 32. Nesse preciso momento percebi que um outro atleta que nos seguia se deixou ficar junto a mim e acabaria por ser a minha companhia permanente quase até ao final. Não sei o nome dele nem sequer trocamos nenhuma palavra. Por várias vezes que nos olhamos e creio que sentiamos bastante a companhia um do outro, tal a comunhão de corrida que se instalou entre nós. Os 35 Km foram alcançados com 2.49:50. Nessa fase, para além de sentir as pernas pesadas, sentia o peso e algum incómodo por ter as sapatilhas molhadas.

Juntamente com o meu novo parceiro seguimos sempre a um ritmo estável que oscilou entre os 5:17 e os 5:28 entre os 36 e os 39 quilómetros. Ao chegar aí fase sinto nova quebra e já nem a esse ritmo consigo seguir. O Castelo do Queijo estava perto e a certeza de que a prova iria acabar dentro de instantes era evidente, mas não dava mesmo. Foi aí que ele que perdi a minha segunda companhia da prova com grande pena. Eu bem gostava de conseguir segui-lo, mas não tinha condições para tal. O 40º km que atingi com 3.16:57 de corrida foi percorrido em 5:34. Nesta altura sabia que o GPS andava desfazado com as placas da organização em cerca de 400 metros, pelo que já dificilmente terminaria abaixo de 3h30m. A diferença não seria muita, mas já não seria possível.

Depois de virar em Matosinhos, e sempre com grande sacrifício dirijo-me à Avenida da Boavista para fazer a subida até ao local onde está instalada a fonte da glória dos maratonistas. O ritmo era o possível. O 41º Km foi feito em 5:46 e os 42º foi em 6:05! Apesar das dificuldades por que passava tinha a noção de dever cumprido, pois estava prestes a completar a segunda maratona da minha vida e iria melhorar o meu record pessoal na distância. Dobro a curva que dá acesso à meta e vejo o relógio da organização na casa das 3h32m. Seria esse o meu tempo final.


Finalizo com um agradecimento especial ao João Meixedo pela excelente companhia durante 3/4 da prova. Tive muita pena de não o ter conseguido acompanhar, mas ficará para uma outra ocasião. Agradeço também a todos os amigos que antes, durante e depois da prova me apoiaram e incentivaram para ter conseguido alcançar este objectivo.


Números finais do Garmin:
Tempo: 3h32m28s
Distância: 42,60 Km
Ritmo médio: 4:59/Km
Calorias: 3.587
Pulsação média: 145 bpm

Tuesday 10 November 2009

A minha Maratona do Porto - Antes da prova

A maratona é uma prova especial. A Maratona do Porto, sendo a que mais se tem desenvolvido em Portugal e que mostra mais ambição, faz-nos sentir, em muitos pormenores, personagens principais desse filme de eleição.
A Expomaratona deste ano foi um espaço que evoluiu em relação ao ano anterior, com mais alguns stands, ajudando assim a criar um espaço de convívio onde os atletas, para além de levantar os seus dorsais, aproveitam para encontrar amigos e conviver um pouco.

Sendo dos que levantaram o dorsal à hora do almoço de sábado, acabei ainda por ser surpreendido pela presença de uma banda filarmónica que animou o espaço com uma sonoridade que ajudou ainda mais ao espírito festivo que todos respirávamos.

Já com o dorsal na mão (este ano calhou-me o 657) fui almoçar com os amigos Meixedo e Velhote. Nestas coisas o convívio é sempre o mais importante e, no fundo, aquilo que fica. De qualquer forma, reconheço que a RunPorto poderá conseguir que a equipa de catering melhore alguns pormenores quanto ao almoço propriamente dito.

Este ano dispensei a visita ao stand dos psicólogos que, segundo me pareceu, estava com pouca "clientela", ao contrário das massagens, que praticamente não tinham descanso. Quem também estava animado era o Vitor Dias que aproveitou o evento para fazer a apresentação do seu livro, uma extensão do blog Correr por Prazer, iniciativa de grande mérito e que merece ser devidamente saudada.
Depois da visita à Expo, onde ainda encontrei o Joaquim Adelino, o Fernando Andrade e o António Almeida, aproveitei para desfrutar um pouco dos belos jardins dos Palácio de Cristal e para uma visita à Biblioteca Almeida Gerrett com a minha filha. Foram momentos bem agradáveis.

O dia da prova começou cedo, tendo-me levantado às 5.30h para o pequeno almoço. Como estava a sentir-me atacado por um princípio de constipação, tomei um chá bem quente regado com imenso mel, acompanhado por torradas com geleia de morango. Este não é o meu pequeno almoço habitual, mas penso que talvez não seja uma má ideia para os dias de prova, em que os alimentos ricos em hidratos e calorias são necessários.
Depois do pequeno almoço, fiz um ligeiro compasso de espera antes de sair de casa para o ponto de encontro no qual estava previsto juntar-me à comitiva de vilacondenses presente na prova: o João Fernandes, as campeãs Ester Alves (ciclista) e o seu companheiro, a Janine Coelho (remadora) e o estreante Sousa. Eram quase 7.30h quando saimos em direcção ao Porto, estacionando bem perto da meta. Feitos os preparativos, lá apanhamos o autocarro em direcção à zona de meta.

O movimento já era bastante e foi altura de encontrar mais amigos. O Baltazar Sousa foi um dos primeiros que encontramos. Sabia-o menos confiante do que em anos anteriores, mas só a posteriori vim a saber dos problemas que passou na noite da prova por uma questão de dentes, aspecto que, certamente, nada o ajudou.

Conheci pessoalmente o José Bastos, que andava por lá juntamente com o Joaquim Adelino.

Mais uma volta pela multidão e eis que dou com o Rui Pena, devidamente equipado com a singlet da edição da Maratona de 2008, mostrando orgulhosamente o seu "troféu" de Maratonista feito há um ano neste mesmo cenário.

Um pouco mais adiante encontro grande parte dos Cyberunners (António Almeida, Luis Mota, Ana Pereira).

Com alegria vejo o Ricardo, que vindo dos Açores, repetiu a prova em que se tornara Maratonista em 2007. Mais umas fotos e as 09.00h estavam a aproximar-se.

Era tempo de entregar o saco com o fato de treino e preparar-me para começar a prova. Aquecimento? Com 42 Km pela frente convenci-me de que teria muito tempo para aquecer. Aliás, demais até, como adiante se verá!

Sunday 8 November 2009

6ª Maratona do Porto


Conclui esta tarde a segunda maratona da minha vida. Foi um objectivo alcançado com grande sofrimento mas que valeu a pena. Fui o 413º atleta a cortar a meta e fiz o tempo de 3h32m50s (tempo líquido de 3h32m24s).

Nos próximos dias, com mais tempo, darei todos os pormenores da minha participação.

Friday 6 November 2009

Maratona do Porto - Balanço da preparação e expectativas


Fiz hoje o último treino incluído no plano de preparação para a 6ª. Maratona do Porto que irá realizar-se no próximo domingo. Foram 30 minutos corridos a um ritmo muito baixo e que mais não visaram senão manter uma certa actividade numa semana que já foi de "descompressão".

Desde o início de Julho, quando "decretei" oficialmente aberta a preparação para a Maratona do Porto fiz quase 70 treinos (incluíndo duas provas) num total de 890 Km de corrida. Pelo meio houve duas semanas em que praticamente não corri (primeira quinzena de Agosto). Este facto demonstra que fiz uma preparação relativamente cautelosa, não tendo abusado em cargas demasiado elevadas como tinha feito, por exemplo, no ano passado.

Neste momento sinto-me razoavelmente bem preparado face às minhas capacidades potenciais e às circunstâncias em que estive envolvido este ano, nomeadamente em termos físicos. Os treinos longos que fiz e que me correram bem e as boas sensações que tive na Meia Maratona SportZone deixam-me com algum optimismo para a prova.

Por isso mesmo, irei lançar a corrida em ritmos que me permitam conseguir um tempo abaixo das 3h30m (correndo a uma média de 4:50/5:00 por Km), gerindo a energia conforme me for sentido. Creio que, neste aspecto, a experiência do ano anterior poderá ajudar alguma coisa, pois o pós-30 Km já não será totalmente desconhecido como era quando corri a minha primeira maratona.

Neste momento a maior preocupação que tenho é com o tempo, pois a perspectiva de existência de vento é algo perturbadora, já que o percurso na zona marginal e ribeirinha exponencia os efeitos negativos para os atletas. Quanto ao resto nada há a temer, pois o que deveria ter sido feito já o foi, restando apenas esperar pelos resultados.

Para finalizar deixo uma palavra de incentivo aos meus amigos que também alinharão na prova, sem me esquecer que lhes devo um agradecimento pelo apoio que me têm dado, especialmente na fase mais complicada por que passei.

Thursday 5 November 2009

Previsão do tempo

De acordo com as previsões do tempo divulgadas, a Maratona do Porto de 2009 será corrida à chuva e com algum vento à mistura.

Quanto à chuva, e uma vez que se prevê apenas "chuva fraca", não me parece que seja grande problema. Já quanto ao vento não posso dizer a mesma coisa, pois o facto de a corrida ser realizada num percurso muito desabrigado poderá criar-nos grandes dificuldades. Pior ainda é o facto de se prever vento de noroeste, o que significa que todo o percurso de regresso do Freixo até à Rotunda da Anémona em Matosinhos (Km 30 até ao Km 40) será corrido a enfrentar o vento de frente o que, digamos assim, não acontece na melhor altura...

Digamos que estas não são as melhores notícias que poderíamos ter, mas como são apenas previsões, o melhor é aguardar pelo dia para ver o que acontece na realidade.

Monday 2 November 2009

Balanço do 4º mês


No fim de semana que passou terminou mais um mês da preparação para a Maratona do Porto e, para além disso, estamos a escassos 5 dias e umas horas da prova. É, pois, uma boa altura para mais um balanço mensal, desta vez deixando algumas ideias sobre toda a preparação.

O mês de Outubro correu bem. Em termos de carga de treino andei na média daquilo que tenho feito nesta "campanha", com quase de 230 Km. Este foi, ainda, o mês em que regressei à competição e a correr Meias Maratonas, precisamente um ano depois da última que tinha feito. Foram duas e os resultados foram agradáveis, tendo inclusivé conseguido estabelecer um novo máximo pessoal na distância, na prova da SportZone.

Em termos físicos sinto-me bastente bem, sensação que se vem tornando mais evidente nas últimas semanas, seja na forma como consegui correr na Meia Maratona SportZone, seja na reacção a alguns treinos mais "puxados" que fiz depois disso. Não sei o que isso quererá dizer quando estiver a correr na prova e, principalmente, quando já tiver 30 Km nas pernas, mas acho que mau não deve ser!

Vejamos, então, os habituais números que resumem o mês de Outubro:

- Nº. de treinos (incluindo provas): 17
- Nº. de dias de descanso: 14
- Nº. de Km percorridos: 228,5 Km
- Nº. de treinos longos (acima de 20 Km): 3 (inclui 2 meias maratonas)
- Tempo de corrida: 18h 11m 10s
- Tempo médio por Km: 4m 47s
- Treino mais longo: 25,25 Km
- Treino mais curto: 8,1 Km

Olhando para o tempo decorrido desde 1 de Julho, quando dei início à "campanha" Maratona do Porto, a primeira constatação é de que esta preparação foi bastante mais suave do que aquela que fiz há um ano atrás. Em mais tempo acabei por correr menos quilómetros, seja pelas duas semanas em que estive parado em Agosto, seja pela menor cadência semanal de treinos.
Por outro lado, constato que não fiz um treino tão aturado de séries. Nas curtas não consegui andar tão rápido quanto no ano passado e as longas foram bem menos do que então. Ao invés, acabei por fazer mais treinos longos e que me sairam melhor do que no ano anterior.

No ano que ficará marcado pela pubalgia creio que não daria para muito mais do que isto. Veremos agora o que se vai conseguir fazer no domingo!
 
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