Tuesday 13 November 2012

O pós-maratona

O período pós-maratona é sempre problemático. Depois de muitas semanas de intensa preparação e de empenho no grande objectivo, depois das ansiedades quanto ao desempenho no dia, da preparação de todos os pormenores, do esforço da prova em si, do sofrimento nos momentos difíceis e das emoções vividas, tudo passa logo que conseguimos interiorizar a concretização do objectivo.

E depois?

Depois há sempre um certo "vazio". Enquanto não definimos outro objectivo que nos faça mover com idêntica dedicação, os treinos acabam por ser encarados de outra forma. Que plano seguimos? Como alcançar a motivação que nos permita "arrancar" o tempo disponível para correr com a mesma regularidade?

Este "vazio" é tanto maior quanto menos experientes somos. Depois da primeira maratona o vazio é enorme. Entre a segunda e a terceira é menor e assim sucessivamente. No meu caso, que já completei cinco maratonas, ele continua a existir. Caso tivesse possibilidades, aproveitaria a boa forma que atingi para fazer a maratona de Lisboa tentando aí corrigir algumas coisas que aconteceram nesta Maratona do Porto. Infelizmente não posso. Aliás, nem sequer vou conseguir correr a Volta a Paranhos que se realiza no mesmo fim de semana.

Por isso mesmo, o que me aconteceu depois do dia 28 de Outubro foi mesmo uma redução praticamente para metade da quantidade de treinos e alguma indefinição quanto aos próximos objectivos.

Neste momento há uma coisa é certa: vou correr a S. Silvestre do Porto e, em princípio, também a de Santo Tirso, prova na qual estabeleci o meu record pessoal dos 10 km. Em função da disponibilidade para treinar (que tende a ser muito menor nos próximos meses), irei tentar cumprir algo que tenho feito desde 2008: fazer, pelo menos, uma maratona por ano.

Monday 5 November 2012

(Ainda) a Maratona do Porto - Algumas conclusões

Pessoais

1.- O resultado alcançado é o segundo melhor das 5 maratonas que conclui. O melhor ainda é aquele que consegui na segunda experiência na distância (em 2009), mas este ficou-lhe bastante perto.
2.- Apesar de não ter batido o meu record pessoal, fiquei muito satisfeito pelo resultado final, pois consegui atingir 3 dos 4 objectivos que tinha: acabei; acabei bem e fiz a segunda metade mais rápida do que a primeira. Para ser perfeito teria de ter baixado das 3h30m!
3.- Gostei muito de preparar esta maratona. Consegui dedicar-me com empenho ao "projecto", senti a minha forma evoluir ao longo dos 3 meses e, no dia, as coisas correram conforme era suposto.
4.- Depois desta experiência bem sucedida, sinto que poderei dar um passo em frente na minha relação com a maratona. Quando voltar a conseguir mobilizar a disponibilidade necesária, tentarei fazer uma preparação ligeiramente mais longa (14 a 16 semanas) e uma gestão da prova de forma mais "normal", ou seja, não me exigindo uma contenção tão grande no início, nem um esforço tão forte na segunda metade.
5.- O apoio do meu irmão durante a prova foi excelente! Para além do conforto de sabermos ter alguém por perto, ajuda muito ter o gel na hora própria e a presença ao nosso lado na fase crítica. Para ele, o meu obrigado!

Sobre a prova em si

6.- A Maratona do Porto é, hoje, mais do que uma mera prova de atletismo. É uma festa com uma vertente desportiva, social e económica fortíssima na cidade do Porto.
7.- Uma das coisas mais notórias neste ano (no ano anterior já se tinha sentido) foi a presença de muitos estrangeiros a correr a prova. É bom para o nosso ego colectivo ver este interesse na "nossa" prova e é bom para a nossa economia.
8.- Tal como tinha previsto no post em que falei do assunto, o novo percurso comprovou ser mais interessante para os atletas. Gostei especialmente de passar pelo "interior" da Ribeira, de não precisar de ir até ao Freixo e de terminar sem o apêndice da ida à Rotunda da Anémona.
9.- Naquilo que me tocou enquanto atleta, a organização esteve excelente. Desde o processo de inscrições, de acompanhamento on-line, da Expo Maratona, da prova em si, tudo me pareceu irrepreensível. Este resultado, num evento desta dimensão merece um forte aplauso, pois só foi conseguido pela existência de uma estrutura competente que o colocou de pé.
10.- Apesar de já começar a haver algum apoio do público concentrado em determinados locais, ainda estamos longe daquilo que seria desejável, que era ter mais gente a aplaudir os atletas. A organização tem feito um grande esforço, com a contratação de bandas, por exemplo, mas há ainda muito caminho a percorrer.
 
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