Friday 23 September 2011

Uma conversa

No final da Meia Maratona Sport Zone dizia-me um amigo:

- Sempre vais à Maratona?

- Já estou inscrito - disse eu.

- Então este ano vou correr ao teu lado. Quero ver se faço 3h30m e aproveito a tua "boleia".

- Olha que não! Olha que não!, referi eu. Este ano ando a treinar muito pouco e vou fazer a prova muito mais devagar, apenas com o objectivo de terminar.

- Ohhh lá estás tu! Já sei como és! Dizes isso, mas depois não aguentas...

No fundo ele tem razão: eu costumo ser sempre muito pouco rigoroso no cumprimento dos andamentos delineados. A diferença deste ano é que já conheço bem qual é o preço que se paga quando isso acontece, pelo que se disse que vou fazer a prova muito devagar, vai ser mesmo assim. Apareça quem aparecer, este ano ninguém me desvia!

Monday 19 September 2011

Meia Maratona Sport Zone

Corri ontem a Meia Maratona Sport Zone. Esta, que teve a sua primeira edição em 2007, é já uma das mais prestigiadas Meias Maratonas do panorama nacional e internacional, pois tem contado com a presença dos melhores especialistas mundiais nas distância. Este ano também assim foi, com a participação (e vitória) do recordista mundial da distância, o Eritreu Zerzenay Tadese, que conseguiu, pela primeira vez no Porto, baixar da hora à meia maratona.

A minha participação deste ano, a quinta em cinco edições, foi bastante modesta. Perante a falta de treinos em quantidade e qualidade desejável para a participação na Maratona do Porto deste ano (o próximo objectivo), aproveitei esta prova para fazer um treino longo.

Por isso mesmo, tudo começou cerca de uma hora antes da prova, quando comecei o meu treino. Estacionando o carro no local da meta, fiz o percurso até à partida a correr, sempre num ritmo lento e confortável. O objectivo era o de somar quilómetros ao treino. Fiz cerca de 9,5 km.

Com a vontade de fazer o máximo de quilómetros possíveis, acabei por chegar ao ponto de partida mesmo em cima da hora de ser dada a largada para a prova. Não devo ter parado mais de um ou dois minutos entre o treino inicial e a prova propriamente dita. Com esta atrapalhação nem houve tempo para hidratar, conforme era minha intenção.

Como estava na frente, fiz os primeiros 500 metros em ritmo muito elevado para não ser atropelado pela multidão. Logo que pude, encostei e comecei a imprimir o meu ritmo. A ideia era rolar ligeiramente abaixo dos 5:00/km e ir escutando os sinais do corpo. Se desse para mais, aceleraria na segunda metade. Se não desse, tentaria manter esse ritmo.

Sempre no meio da multidão estava a fazer a minha corrida sem qualquer pressão. Nem quando passava por mim gente conhecida que, simpaticamente, me tentava arrastar para andamentos que não eram os meus eu cedia. O plano era mesmo para cumprir, pois sabia que não estava em condições para grandes aventuras. Era uma espécie de regime de solidão auto-imposto, aquele em que eu seguia no meio de grande multidão.

Fui fazendo quilómetros entre os 4:45/km e os 5:00/km e estava bastante confortável. A certa altura uma atleta pergunta-me qual o tempo que eu pensava fazer no final. Respondi-lhe que a coisa deveria ficar por 1h45m ao que ela respondeu prontamente: "Vou consigo"!

Finalmente arranjava uma companhia. Disse-me que era de Vila do Conde, tal como eu. Fomos lado a lado durante cerca de 1,5 a 2 km até à entrada na zona do Cais de Gaia. Aí, com as ligeiras subidas e a confusão do abastecimento, ela cedeu. Ainda tentei esperar um pouco, mas tinha a sensação de que a minha parceira não iria conseguiur recolar e, com pena de perder a companhia desta conterrânea, lá continuei na minha toada regular.

Passei aos dez quilómetros ligeiramente abaixo dos 49 minutos. Era bom. Como o treino era longo, levei comigo três cubos de marmelada. O primeiro tinha sido ingerido entre o treino pré-prova e o segundo foi aos 11 km. Não sei se foi por isso, se pelo calor que se fazia sentir, estava com muita sede. A cada abastecimento levava uma garrafa e bebia bastante. No início tive algum receio de ter alguma indisposição abdominal copmo muitas vezes me aconteceu quando bebia água ou isotónico a mais. A verdade é que não tive nenhum problema a esse nível.

Depois do túnel da Ribeira comecei a sentir o "peso" dos quilómetros. As pernas estavam a ficar pesadas e os 5:00/km estavam a tornar-se difíceis de manter. Mesmo assim ainda consegui andar sempre abaixo disso até aos 18Km e só nos últimos 3 é que andei ligeiramente acima.

Acabei a prova com 1h45m18s, um tempo fraco, mas que ilustra bem um estado de forma resultante de uma baixíssima carga de treinos. O objectivo é tentar aumentar um pouco o número de treinos para ver se consigo chegar ao dia da Maratona do Porto com a mínimas condições para a completar. Não vai ser fácil, mas há-de conseguir-se.
 
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