Monday 31 August 2009

Treino depois de uma noite de martelada

O treino estava previsto para a manhã de domingo e era aguardado com ansiedade. Afinal, já há muito tempo que não me "atirava" a uma corrida tão longa (a última já tinha acontecido há quase um ano) e estava com muita curiosidade para saber como iria reagir.
O dia do treino parecia escolhido a dedo! Foi precisamente na manhã seguinte à Azurara (Martelada) Beach Party, com passagem pelo local do evento por volta das 08.00h da manhã. Não sei se conseguem imaginar o cenário, mas vindo eu da zona do Forte de S. João Batista, acabei por passar por largas centenas de jovens a regressar da dita Martelada Party. Desculpem a insistência na "Martelada", mas a verdade é que, vivendo eu a cerca de 500 metros do local da festa, embora separado pela barreira natural que é o Rio Ave, passei toda a noite sob a influência de um martelar ritmado em níveis acústicos impossíveis de conciliar com o sono. Dizem que aquilo se chama música. Será...
Bom, voltando ao cenário, os primeiros 4 Km foram percorridos naquilo que parecia hora de ponta (eram 08.00h da manhã de domingo...). O trânsito era caótico e os passeios estavam pejados de gente jovem que regressava de uma noite de "Martelada". Como calculam, davam sinais de bastante desgaste, não sei se apenas devido às muitas horas seguidas expostos ao ataque ao sistema auditivo provocado por aqueles sons ou se por outro tipo de influências. A verdade é que a nossa passagem era muitas vezes saudada com simpatia "é assim mesmo, correr logo de manhãzinha" - diziam - enquanto que outros apresentavam tal estado de "desgaste" que devotavam todas as suas energias à missão de se manterem de pé, pelo que, acredito, nem sequer nos conseguiam ver.
Enfim, foi uma experiência curiosa, tanto mais que acabamos por ficar com a sensação de que se tratou de um evento bastante seguro, tal o efectivo policial que vimos em todas as vias de acesso ao local, alguns mesmo empunhando metralhadoras à vista de quem passava!

Voltando ao treino, fica o registo para uma corrida de 29 Km (faltou 1 para os previstos 30) que começou a acabou junto ao Forte de S. João Bastista, com passagem pelas freguesias de Azurara, Mindelo, Vila Chã, Modivas e Labruge onde se fez o regresso. O tempo final foi de perto de 2h32m, o que implicou um ritmo de 5:14/Km.
O percurso foi praticamente todo o paralelo o que não é particularmente agradável. Conseguimos andar a um ritmo médio entre os 5:00 e os 5:05/Km até aos 20 Km, tendo sentido algumas dificuldades na parte final o que implicou a redução do ritmo. Tendo acabado bastante cansado, registei como aspecto positivo a minha capacidade de recuperação (à tarde já fiz um passeio de bicicleta de cerca de 10 Km sem dificuldade nenhuma).

Friday 28 August 2009

Treino


No domingo vai haver treino longo. Está previsto um percurso com cerca de 30 Km, corridos a um ritmo constante na ordem dos 5:00/Km. Para já estão convocados este que vos escreve e o João Ferreira. Quem estiver interessado em juntar-se pode aparecer entre as 07.30h e as 07:45h de Domingo junto ao Forte de S. João Batista em Vila do Conde, local de partida e chegada.
Está garantido um banho no Oceano Atlântico no final!

Monday 24 August 2009

Marisa Barros


Depois do excelente resultado dos maratonistas portugueses, também a nossa representante na prova feminina esteve ao seu melhor nível, alcançando uma brilhante 6º lugar final, com o tempo de 2h26m50.
Tal como tinha acontecido com a prova masculina, assisti a toda a corrida pela televisão. Por aquilo que vi, creio que a Marisa Barros fez uma prova inteligente, conseguindo dosear as suas energias de forma magistral, o que lhe permitiu acabar em crescendo.
Na primeira metade da prova não houve grandes oscilações de ritmo, o que fez com que chegassemos à meia maratona com cerca de 30 atletas no grupo de frente. Nessa fase a Marisa esteve sempre entre as primeiras, mostrando uma corrida fácil o que nos ia alimentando a esperanças de uma boa prova. Esta toada de corrida manteve-se até perto dos 30 Km, quando a atleta russa Nailiya Yulamanova decidiu atacar, rompendo completamente o grupo e fazendo a primeira grande selecção de valores. Marisa soube defender-se, sendo das primeiras a deixar o grupo, optando por continuar a um ritmo mais estável, o que acabaria por ser compensado no final.
O resultado de Marisa Barros foi lido por muita gente como sendo "surpreendente". Pessoalmente, e apesar da dificuldade em prever o resultado das maratonas, já o esperava, pois esta atleta tem demonstrado uma enorme qualidade atlética e mental. Depois da auspiciosa estreia na Maratona do Porto/2007 com uma excelente marca que lhe valeu mínimos para Pequim, Marisa teve um desempenho honroso nos Jogos Olímpicos e fez um "tempo-canhão" em Sevilha, já este ano, o que a colocou, à terceira tentativa na distância, na galeria das melhores portuguesas, só superada pela Campeã Olímpica Rosa Mota e pela Campeã Mundial Manuela Machado. Para além disso, Marisa, talvez pelas vicissitudes de uma vida dura e difícil, mostra uma garra e uma capacidade de luta invulgares. Foram estes dois ingredientes, para além de uma boa orientação técnica, assugurada pelo experiente Prof. António Ascenção, que produziram o resultado de ontem e que fazem com que possamos sonhar com um título europeu no próximo ano e, quem sabe, com alguma coisa especial em Londres/2012.

Saturday 22 August 2009

Mundiais 2009 - Maratona Masculina


Portugal teve uma presença brilhante na prova que terminou há instantes. José Moreira, um quase desconhecido para a maioria das pessoas, ficou em 9º lugar, batendo o seu record pessoal. Luis Feiteira, o mais experiente de todos, ficou logo a seguir em 10º lugar. O nosso terceiro elemento, Fernando Silva, ficou em 13º, o que nos valeu um extraordinário 4º lugar colectivo!

Parabéns aos nossos maratonistas!

Monday 17 August 2009

Em homenagem a Bolt

Usain Bolt conseguiu ontem um feito que ficará registado para sempre como um dos mais brilhantes da história do atletismo. Porque é difícil encontrar palavras que expressem a grandeza da façanha de Bolt, reproduzo aqui o texto que o melhor cronista da imprensa portuguesa escreve na edição de hoje do Diário de Notícias.



"Uns empatam e outro corre

Enquanto, por cá, os grandes do futebol marcavam passo, um atleta negro fazia História em Berlim. Desde Jesse Owens que os atletas negros têm a mania de fazer história em Berlim. Usain Bolt dera nas vistas nos últimos Jogos Olímpicos. Primeiro, com os atacadores desapertados, uma desnecessidade: é como se a Callas pintasse as unhas de verde para dar nas vistas. Ciente que os truques baratos não são para os génios, Bolt fez o que sabe: a 16 de Agosto de 2008, no estádio de Pequim, bateu o recorde mundial dos 100 metros. Desde que Carl Lewis fez exactos 10 segundos, em 1981, as décimas de segundo seguinte duravam um eternidade a ser digeridas: 9.99, 9.98, 9.97... Quando o Homem chegou à casa do 9.8 já se estava em 1996! O décimo seguinte, 9.7, aconteceu rápido, 1999, mas nessa casa decimal (9.79, 9.78...) deu para virar o século e o milénio. Até àquela tarde do ano passado, em Pequim, com Bolt, que relampejou para nova décima: 9,69 segundos. Disse-se, então: lá vamos ficar outra eternidade. Ontem, só um ano depois de Pequim, Usain Bolt poupou-nos do marcar passo: 9.58! Mas, evidentemente, será dos que marcam passo que hoje mais se falará."
 
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