Sunday 28 February 2010

Os treinos e o relógio

Não sei se consciente ou inconscientemente, a verdade é que o principal companheiro que tenho nos treinos acaba por ser o... relógio. Quando treino no ginásio, em cima da passadeira, controlo o andamento da máquina de acordo com o treino que pretendo fazer. Ora, isto mais não é do que andar a correr ao sabor do relógio. Nos treinos em estrada, e principamente depois de ter aderido à tecnologia GPS, costumo olhar constantemente para o relógio, controlado assim os andamentos.

Sabendo disso, decidi que hoje seria diferente. Quando saí de casa obriguei-me a uma enorme contenção, já que a intenção era a de não olhar, uma única vez que fosse, para o regógio. O percurso estava decidido e a única coisa que pretendia era correr de forma confortável para chegar bem ao final dos 30 Km previstos.

Com algum sacrifício, a verdade é que consegui cumprir com o objectivo. Praticamente até ao final não olhei para o relógio e apenas bem perto do fim dei uma espreitadela com o objectivo de acertar a distância de forma a terminar com 30 Km certos.

Agora que o treino já terminou, vejamos então, por curiosidade, quais foram os andamentos. Reparem só nos tempos por cada 5 Km:
Primeiros 5 Km - 24:12
Segundos 5 Km - 23:49
Terceiros 5 Km - 23:55
Quartos 5 Km - 23:52
Quintos 5 Km - 25:07
Últimos 5 Km - 25:15

O tempo total foi de 2.25:31 e a regularidade, com a excepção da penúltima légua (em que tive de enfrentar grandes subidas sem as correspondentes descidas) e a última (em que senti uma enorme quebra nos últimos 2 Km), foi muito grande. Por isso mesmo acabo por chegar à conclusão de que o relógio é muito importante, mas se deixarmos o corpo seguir as suas regras, os resultados também serão bons!

Friday 26 February 2010

Duatlo


Soprado pelo meu amigo Miguel Torres, descobri que no dia 28 de Março vai decorrer na vizinha cidade da Póvoa de Varzim uma prova de Duatlo. Se nada de anormal acontecer até lá conto inscrever-me e participar na prova, fazendo assim uma incursão numa modalidade diferente.

Apesar de tudo, este não será o primeiro Duatlo em que participo. Há muitos anos, naquilo que poderia chamar de "primeira encarnação" no mundo das corridas, participei num Duatlo, também na Póvoa de Varzim, corrido na freguesia de Aguçadoura, terra do conhecido (e na altura em forte alta) Manuel Zeferino. Não sei ao certo em que ano isso terá acontecido, mas creio que terá sido entre 1987 e 1990.

Recordo-me que a prova era composta por 5 Km de corrida, seguidos de 40 Km de ciclismo e terminava com novos 5 Km de corrida. Sem treino de ciclismo e, já nessa altura, com pouco treino de corrida, enchi-me de coragem e inscrevi-me. No início ainda fiz boa figura no primeiro segmento de corrida. No ciclismo foi a desgraça total, já que fui ultrapassado por quase todos os restantes atletas. A corrida final essa foi penosa, tendo terminado com muitas dificuldades e num honroso último lugar! De qualquer forma cumpri o objectivo que era o de participar e chegar ao fim!

No dia 28 lá estarei e, com outra preparação, conto fazer melhor figura!

Antes disso, ainda vai haver tempo para correr a 10ª meia maratona da minha "carreira". Vai ser no dia 7 de Março, na XX Edição da Meia Maratona «Cego do Maio», prova que, curiosamente, também vai ter lugar na Póvoa de Varzim.

Wednesday 24 February 2010

Magia olímpica

Estão neste momento a decorrer os Jogos Olímpicos de Inverno na cidade canadiana de Vancover. Eu, que considero os Jogos Olímpicos como sendo o mais significativo evento que se realiza à escala planetária, confesso que não sinto motivação para acompanhar os jogos de inverno. Com efeito, não percebo nada da maioria dos desportos incluídos nestes jogos, não tenho interesse por desportos de neve e não conheço os atletas que participam. Tudo isto faz com que sinta um desinteresse pouco expectável para quem vibra tão intensamente com os (verdadeiros) Jogos Olímpicos!

Faço aqui um pequeno aparte apenas para explicar que a minha aversão aos desportos de inverno e, especialmente à prática do esqui se deve precisamente à grande paixão que tenho pelo atletismo. É que praticamente todas as pessoas que conheço que fazem questão de gozar férias na neve, com umas incursões no esqui incluídas, já tiveram algum problema do foro ortopédico, fruto das habituais e conhecidas quedas de que ninguém escapa. Ora, quem gosta de correr sabe que as pernas são uma das partes mais preciosas do corpo, pelo que a sua conservação e preservação no melhor estado possível é, não só uma obrigação, mas um dever!

Feito este aparte, e apesar da distância que guardo relativamente a estes Jogos Olímpicos, não fiquei indiferente a uma história de verdadeira "magia" olímpica que li na edição on-line do Diário de Notícias de hoje e que aqui deixo:

"Miúdo sem abrigo nasceu para ser atleta olímpico

O americano Bill Schuffenhauer teve de vender a casa e o carro para participar pela terceira vez nos Jogos de Inverno.
Bill Schuffenhauer, da equipa americana de bobsleigh, cresceu nas ruas de Salt Lake City, no Utah, cidade que acolheu os Jogos Olímpicos de Inverno de 2002. Quando era miúdo não sabia o que eram os Jogos Olímpicos, nem sonhava que um dia iria conquistar a medalha de bronze no evento realizado na sua cidade natal.
A infância de Schuffenhauer foi marcada pela toxicodependência da mãe - uma prostituta que muitas vezes foi agredida na frente do filho - e do padrasto, recorda um artigo da CNN.com.
Para sobreviver o jovem alimentava-se com comida tirada dos caixotes do lixo e fazia pequenos furtos. Um roubo numa loja de bicicletas, para arranjar dinheiro para a comida, enviou-o para um centro de detenção juvenil.
Nunca teria sido atleta se a avó materna, Sadie Muniz, não tivesse tomado conta dele. Inspirado por ela começou a ir regularmente à escola e a praticar atletismo. No ano 2000 uma lesão impediu-o de ir aos Jogos Olímpicos de Sydney.
Dois anos mais tarde estava nos Jogos de Inverno de Salt Lake City, a competir no bobsleigh . Um dos elementos da equipa americana teve um teste antidoping positivo e Schuffenhauer foi convocado para o seu lugar.
Há quatro anos terminou a carreira no Jogos de Turim, porque tinha uma namorada e dois filhos pelos quais se sentia responsável. Foi trabalhar para o banco Wells Fargo, mas dois anos depois despediu-se devido ao apelo olímpico: queria treinar a tempo inteiro. A noiva, Ruthann Savage, enfermeira no serviço de partos do Hospital McKay-Dee, passou a sustentar a família com o seu ordenado.
O atleta americano encontrou dificuldades em obter patrocínios devido à crise financeira. Por isso, teve de vender a casa e o carro para poder ir aos Jogos de Vancôver 2010.
A família vive agora num pequeno apartamento em Ogden, conta o jornal The Salt Lake Tribune, que relata também que Ruthann e o filho Corben, de quatro anos, foram ver Schuffenhauer a Vancôver porque uma empresa soube que não tinham dinheiro e patrocinou a viagem. A filha mais velha, de um anterior casamento, não foi incluída na viagem para o Canadá."


ADENDA - A equipa de Bill terminou a sua prova no 13º lugar, a 2,86 segundos dos vencedores.

Monday 15 February 2010

Corrida Cidade de Braga


Depois de cerca de um mês e meio sem competir, voltei ontem a participar numa prova, fazendo parte do pelotão da 1ª edição da Corrida da Cidade de Braga. A prova, numa distância de 10 Km, parecia-me que poderia ser muito interessante por duas razões:
- Por ser a primeira prova deste género a ter lugar na cidade de Braga, uma das mais dinâmicas cidades do país e que já há muito merecia entrar no circuito das grandes corridas de estrada que se vão popularizando, o que me deixava uma boa expectativa quanto à quantidade e qualidade dos atletas;
- Porque Braga é uma cidade razoavelmente plana e, por isso, seria de esperar uma prova sem grandes irregularidades no perfil altimétrico.

A primeira constatação é que o pelotão era um pouco mais pequeno do que eu imaginava. Ainda não foram publicadas as classificações, mas imagino que o número de atletas na meta não deva ter ultrapassado os 500, o que não sendo mau, não está à altura do que seria de esperar numa cidade como Braga. Talvez a falta de prémios monetários explique alguma coisa...

Quanto ao percurso, fiquei logo "desenganado" quanto à possibilidade de vir a fazer um grande tempo, pois fui-me apercebendo de que o mesmo se desenrolava num constante sobe-e-desce, o que não favorece nada as minhas capacidades. No final constatei que a prova, que se anunciava com uma distância de 10 Km, estava amputada de alguns metros, o que impede que o resultado final conte para análise comparativa com outras provas desta distância.

Bom, vamos então à prova. O dia estava extremamente frio, razão pela qual tive de correr de gorro e de luvas. Para além disso acabei por fazer um aquecimento muito deficiente, o que não me impediu de começar bem, pois o primeiro quilómetro não incluia subidas de registo, a não ser a da saída do túnel. Logo ao fim da Avenida da Liberdade, entravamos na estrada que liga Braga e Guimarães, tendo de fazer uma subida de respeito. Felizmente que era relativamente curta, pelo que o sacrifício não durou muito. Nessa altura faziamos um retorno que nos permitia ganhar algum fôlego, descendo. Era sol de pouca dura, já que, poucos metros volvidos, já estavamos novamente a subir, para depois descer e novamente subir. Enfim, um carrocel que ia exigindo muito dos atletas.

Logo no início fui reconhecido pelo Duarte, um dos Flechinhas, com quem fiz toda a primeira volta. Iamos os dois para tentar acabar a prova com menos de 40 minutos e fomo-nos ajudando mutuamente e conversando um pouco. Apesar do sobe e desce, iamos conseguindo manter uma média na ordem dos 4:00/Km, o que me deixava animado quanto à obtenção do meu objectivo.

No início da segunda volta o Duarte consegue alguma vantagem sobre mim, a qual chegou a ultrapassar os 50 metros em alguns momentos. Apesar disso nunca o o perdi de vista e o seu casaco amarelo florescente foi a minha referência durante toda a segunda metade da prova. Umas vezes estava mais perto, outras mais longe, mas sempre dentro do meu horizonte visual. O meu ritmo mantinha-se regular e, pelas minhas contas, iria permitir-me terminar com um tempo na casa do minuto 40, ou seja, menos de 60 segundos acima do objectivo.

Quando já estavamos perto da meta recordo-me de olhar para o relógio e pensar que estavamos perto de mais para ainda faltar tanto. Eu explico. Pelas minhas contas já faltava menos de um quilómetro para a meta e o GPS dizia que só tinhamos percorrido pouco mais de oito quilómetros. Imaginei que a explicação se ficasse a dever à alteração no percurso na parte final, conforme tinha visto no site da organização.

Como ainda tinha alguma força e queria acabar a dar o máximo, ia gerindo as energias contando ter de correr mesmo os dez quilómetros. Ainda não tinhamos chegado ao nono quilómetros e já a meta estava à vista. O Baltazar Sousa, que me acompanhou desde Vila do Conde e já tinha terminado a sua prova, estava à minha espera a uns 200 metros da meta. Quando passei por ele perguntei-lhe se a prova iria acabar já ali. Ele respondeu-me que sim, pelo que lá fiz apelo às últimas energias e comecei um vigoroso sprint até à linha de meta que me permitiu ultrapassar alguns atletas entre os quais o... Duarte! Os últimos 100 metros foram percorridos em 15 segundos.

Terminei com 37:10 para 9.100 metros medidos no meu GPS. Dos atletas com quem falei no final todos constaram uma distância inferior à anunciada, com variações entre os 9.000 e os 9.400 metros. É pena que a organização tenha falhado neste aspecto, o que não abona nada a favor da afirmação de uma prova que a cidade de Braga tanto merece e precisa.

Gostava ainda de fazer uma referência para os brilhantes desempenhos do Baltazar Sousa, que ficou em 4º lugar da geral, vencendo a categoria de Veteranos I, o José Capela que venceu em Veteranos II e o Mark Velhote, que fez também uma excelente prova.

ADENDA - Acabei de consultar os resultados da prova. Fiquei em 111º lugar entre 416 atletas chegados à meta. Por curiosidade, esta terá sido uma das poucas provas em que nenhuma mulher terminou antes de mim!

Tuesday 2 February 2010

Teste Cooper

Hoje foi dia de fazer uma avaliação do meu estado físico lá no ginásio que frequento. Entre uma série de pesagens, medições, testes de flexibilidade e força estava também incluida a realização do famoso teste de Cooper. Os interessados poderão saber mais informações sobre este método de avaliação da capacidade física individual aqui, aqui ou aqui.

Os principais resultados foram:

Peso: 82,2 Kg
IMC: 23,3 (peso normal)
% de massa gorda: 10%

Flexibilidade: Muito fraco
Abdominais: Muito bom

Teste Cooper: 3.200 metros em 12 minutos

A título de curiosidade deixo aqui os resultados do teste de Cooper das três vezes que o fiz anteriormente:
26/07/2007 - 2.470 metros
09/11/2007 - 2.920 metros
26/03/2008 - 3.010 metros
 
Free counter and web stats