Wednesday 24 February 2010

Magia olímpica

Estão neste momento a decorrer os Jogos Olímpicos de Inverno na cidade canadiana de Vancover. Eu, que considero os Jogos Olímpicos como sendo o mais significativo evento que se realiza à escala planetária, confesso que não sinto motivação para acompanhar os jogos de inverno. Com efeito, não percebo nada da maioria dos desportos incluídos nestes jogos, não tenho interesse por desportos de neve e não conheço os atletas que participam. Tudo isto faz com que sinta um desinteresse pouco expectável para quem vibra tão intensamente com os (verdadeiros) Jogos Olímpicos!

Faço aqui um pequeno aparte apenas para explicar que a minha aversão aos desportos de inverno e, especialmente à prática do esqui se deve precisamente à grande paixão que tenho pelo atletismo. É que praticamente todas as pessoas que conheço que fazem questão de gozar férias na neve, com umas incursões no esqui incluídas, já tiveram algum problema do foro ortopédico, fruto das habituais e conhecidas quedas de que ninguém escapa. Ora, quem gosta de correr sabe que as pernas são uma das partes mais preciosas do corpo, pelo que a sua conservação e preservação no melhor estado possível é, não só uma obrigação, mas um dever!

Feito este aparte, e apesar da distância que guardo relativamente a estes Jogos Olímpicos, não fiquei indiferente a uma história de verdadeira "magia" olímpica que li na edição on-line do Diário de Notícias de hoje e que aqui deixo:

"Miúdo sem abrigo nasceu para ser atleta olímpico

O americano Bill Schuffenhauer teve de vender a casa e o carro para participar pela terceira vez nos Jogos de Inverno.
Bill Schuffenhauer, da equipa americana de bobsleigh, cresceu nas ruas de Salt Lake City, no Utah, cidade que acolheu os Jogos Olímpicos de Inverno de 2002. Quando era miúdo não sabia o que eram os Jogos Olímpicos, nem sonhava que um dia iria conquistar a medalha de bronze no evento realizado na sua cidade natal.
A infância de Schuffenhauer foi marcada pela toxicodependência da mãe - uma prostituta que muitas vezes foi agredida na frente do filho - e do padrasto, recorda um artigo da CNN.com.
Para sobreviver o jovem alimentava-se com comida tirada dos caixotes do lixo e fazia pequenos furtos. Um roubo numa loja de bicicletas, para arranjar dinheiro para a comida, enviou-o para um centro de detenção juvenil.
Nunca teria sido atleta se a avó materna, Sadie Muniz, não tivesse tomado conta dele. Inspirado por ela começou a ir regularmente à escola e a praticar atletismo. No ano 2000 uma lesão impediu-o de ir aos Jogos Olímpicos de Sydney.
Dois anos mais tarde estava nos Jogos de Inverno de Salt Lake City, a competir no bobsleigh . Um dos elementos da equipa americana teve um teste antidoping positivo e Schuffenhauer foi convocado para o seu lugar.
Há quatro anos terminou a carreira no Jogos de Turim, porque tinha uma namorada e dois filhos pelos quais se sentia responsável. Foi trabalhar para o banco Wells Fargo, mas dois anos depois despediu-se devido ao apelo olímpico: queria treinar a tempo inteiro. A noiva, Ruthann Savage, enfermeira no serviço de partos do Hospital McKay-Dee, passou a sustentar a família com o seu ordenado.
O atleta americano encontrou dificuldades em obter patrocínios devido à crise financeira. Por isso, teve de vender a casa e o carro para poder ir aos Jogos de Vancôver 2010.
A família vive agora num pequeno apartamento em Ogden, conta o jornal The Salt Lake Tribune, que relata também que Ruthann e o filho Corben, de quatro anos, foram ver Schuffenhauer a Vancôver porque uma empresa soube que não tinham dinheiro e patrocinou a viagem. A filha mais velha, de um anterior casamento, não foi incluída na viagem para o Canadá."


ADENDA - A equipa de Bill terminou a sua prova no 13º lugar, a 2,86 segundos dos vencedores.

2 comments:

Hugo Bastos said...

Boas,
Força Bill estou contigo, isso sim é amor ao desporto...

joaquim adelino said...

Pois é amigo Paiva, ás vezes as paixões roçam a loucura, este rapaz foi atrás do sonho e porque a vida dá poucas oportunidades e nunca volta para trás, arriscou tudo. Isto passa-se em qualquer Desporto, de loucos temos todos um pouco.
Obrigado por trazer aqui esta história de alguém que sonhou.
Abraço.

 
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