Thursday 18 October 2012

Maratona do Porto - O novo percurso

Só muito recentemente prestei a devida atenção a uma informação importante sobre a Maratona do Porto deste ano: a alteração do percurso.

Partido e chegando no mesmo local das edições anteriores, as mudanças são duas: a supressão quase total da ida à Ponte do Freixo depois do regresso da Afurada e a eliminação da necessidade de ir à rotunda da anémona em Matosinhos já perto do final da prova.

A ida ao Freixo iniciava-se pouco depois do quilómetro 25 e terminava com nova passagem em frente à Ponte D. Luis já com mais de 31 quilómetros de prova. Na nova versão há apenas a necessidade de se percorrerem alguns metros em direcção ao Freixo para logo retornar em direcção à meta. Pessoalmente, considero que esta era a parte mais desagradável do percurso, pelo que fico muito satisfeito que tenha desaparecido. Em termos psicológicos era difícil encarar aquela ida a Freixo, já que nos colocava a correr em direcção oposta à da meta quando as forças começavam a escassear. Por outro lado, esta era a parte menos bonita de todo o percurso e aquela em que havia menos público a assistir e apoiar os atletas. Finalmente, havia ainda, em algumas edições, a presença de vento contrário que acentuava o grau de dificuldade da progressão na fase crítica em que nos surgia.

Quanto à eliminação da ida à rotunda da anémona, depois de passarmos no Castelo do Queijo, ao quilómetro 39, trata-se de uma decisão muito feliz da organização. Numa altura em que as forças são mínimas e que já "cheira a meta", aquela apêndice do percurso, que nos obrigava a fazer um afastamento da linha de chegada era psicologicamente muito martirizante. Eram cerca de 500 a 600 metros para cada lado, mas custavam muito fazer...

Para compensar os troços que são eliminados, a organização decidiu levar a prova até Matosinhos, levando os atletas até à ponta da linha do Metro do Porto nesta cidade, junto à entrada do Porto de Leixões. Esta parte do percurso é praticamente toda plana e efectuada em piso de alcatrão com pequenissimas excepções em paralelo (nas rotundas e pouco mais). Ao substituir a ida ao Freixo, a organização garantiu a troca de um troço desabrigado e com pouco público por outro ligeiramente mais protegido e com maior potencial de presença de público. Veremos se este potencial se concretiza...

Em termos psicológicos para o atleta este percurso parece ser melhor. Com efeito, depois do retorno na Afurada (que deve acontecer por volta dos 26 km), o percurso é sempre feito em direcção à meta, com a excepção do pequeno apêndice em direcção ao Freixo que se mantém. Para quem vê no famoso "muro" dos 32 uma etapa de difícil superação, este percurso tem um símbolo que muitos sentirão: a curta mas desagradável subida do Cais de Gaia para a Ponte D. Luis, que este ano aparece exactamente nessa altura. Vão ver que este ano vai custar mais do que nos anos anteriores. Apesar disso, a grande vantagem psicológica deste percurso será sentida por todos quando estiverem a passar pelo Castelo do Queijo e puderem dirigir-se directamente para a meta, fazendo de imediato a pouco acentuda mas longa (e por isso difícil) subida da Avenida da Boavista.

De um modo geral, e vendo as coisas sob o ponto de vista teórico, acho que a organização mudou bem, porque mudou para melhor.   

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