Wednesday 18 May 2011

Marathon de Blaye - A minha prova (conclusões)

Como tenho referido várias vezes, o resultado final deixou-me muito satisfeito. Da prova tiro algumas conclusões:

- Na maratona a gestão criteriosa do esforço é realmente fundamental. Dificilmente se consegue fazer uma boa maratona se não se dosear o esforço com inteligência (delinear uma boa estratégia) e paciência (aguentar o impulso de andar a ritmos elevados quando estamos frescos e esperar pela reacção do corpo na hora crítica para decidir o andamento adequando).

- Nesta prova fiz uma boa hidratação e sinto que a alimentação também foi correcta. Creio que terá sido a prova em que bebi mais água (havia abastecimentos a cada 3 km) e nunca senti problemas no estômago com isso, como me aconteceu algumas vezes no passado. Para além disso, as 4 tomas de gel (a cada 9 km) foram eficazes, pois nunca senti perda de energia ou excessiva fadiga muscular.

- Esta prova tem um percurso fabuloso. As paisagem rural vinhateira é lindíssima e o facto de corrermos tanto em estradas rurais de alcatrão, como em estradões de terra ou literalmente no meio das vinhas traz uma mistura que não nos deixa ficar indiferentes a tanta beleza.

- Numa prova destas, em que acabam 446 atletas, acabamos por andar grande parte do tempo sozinhos, o que tem alguns aspectos negativos, mas, em contrapartida, dá-nos tempo para pensar em muita coisa. Talvez porque as coisas estavam a correr bem, mas também pela beleza da paisagem, não me custou mesmo nada esse facto.

Termino com uma curiosidade que merece ser contada. Quando cruzei a meta, o speaker apercebeu-se da minha alegria e chamou-me para falar comigo (de micro ligado!). Quando percebeu que eu era português e que corria com a camisola do Ginásio Clube Vilacondense, falou-me imediatamente de um tal Baltazar Sousa, que ele sabia ter concluido no 36º lugar da geral a Maratona de Paris sendo o 3º Veterano com um excelente tempo na casa das 2h30m! Disse-lhe que era meu colega de equipa e, como devem calcular, fiquei super orgulhoso de saber que a camisola do Ginásio Vilacondense era conhecida por aquelas paragens pelo mérito do Baltazar.

4 comments:

Fernando Andrade. said...

Depois de ter "acompanhado" a prova que fizested, Miguel, tenho de voltar a dar-te os Parabéns. Resistir à tentação na altura fácil para se estar com força na altura difícil. O resto é...esperar pelo monento glorioso da chegada.
Os 100m em que levaste a tua filha as cavalitas tiveram em ti um efeito de "carga", que não foi física, mas sim emotiva, que se reflectiu no teu estado de espírito e, consequentemente, no desempenho. Grande momento, Miguel.
Parabéns também por isso.
Grande abraço.

MPaiva said...

Fernando,

Como pude constatar, a tua táctica funciona mesmo! O nosso problema é a nossa indisciplina que, tantas vez, nos leva a cometer erros que pagamos caro.
Quanto ao resto, é verdade que foi mesmo uma prova de grandes emoções, às quais te confidencio mais uma: a ida a esta prova, no estrangeiro, num programa com quase uma semana de férias, era o presente que dei a mim mesmo por ter cumprido 40 anos!
Foi bom!

abraço
MPaiva

joaquim adelino said...

Parabéns amigo Miguel, a Maratona é assim mesmo, aprendemos a conhecê-la e depois a respeitá-la.
E continuamos a aprender, sempre.
Um abraço.

João Paulo Meixedo said...

Em grande, Miguel!
Li os posts todos de enfiada. De facto a gestão criteriosa do esforço é o mais sensato, e tanto tu como eu já pagamos caro por ter feito o contrário. AInda bem que deixaste de cismar contra os abastecimentos :)
Não sei qual o teu melhor tempos, mas sei que ainda tens muitos para baixar.
Um abraço.

 
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