Passada mais de uma semana sobre a prova, já consigo fazer uma análise mais "a frio" sobre o meu desempenho.
De acordo com os dados oficiais, o meu tempo líquido foi de 3h 38m 34s. A passagem à meia maratona foi no tempo de 1h 45m 06s (eu tinha registado mentalmente um tempo por volta de de 1h 44m), o que significa que a segunda metade da prova foi efectuada em 1h 53m 28s. Assim temos:
1ª metade - 1h 45m 06s (média de 4:59/Km)
2ª metade - 1h 53m 28s (média de 5:23/Km)
Esta grande diferença entre o ritmo das duas metades da prova é, pelo que me fui apercebendo nas várias conversas com as pessoas com quem falei e daquilo que li antes da prova, uma coisa que acontece habitualmente aos maratonistas, com maior incidência nos inexperientes. No meu caso creio que isso aconteceu fruto de uma planificação ligeiramente optimista do ritmo de prova. Nestas coisas ficamos sempre com a dúvida sobre qual seria o resultado final se tivesse andado dois ou três minutos mais lento na primeira metade. Será que isso me daria condições para, na parte final, imprimir um ritmo mais elevado e ter conseguido um tempo final inferior ao que consegui? Apesar da dúvida (legítima) tenho a sensação de que se voltasse à linha de partida iria seguir uma estratégia idêntica, pois sentia-me bem preparado.
Entretanto, há algo que me deixa satisfeito. Como aqui tinha deixado escrito há muito tempo, a preparação para a Maratona do Porto foi a primeira vez, desde há muitos anos, que treinei com algum método. Até aí os meus treinos eram totalmente desprovidos de técnica que me permitisse evoluir para patamares de rendimento mais elevados.
Por outro lado, o
plano de treinos que segui foi aquele que estava
publicado no site da Maratona do Porto. Quem lá for espreitar pode constatar que o Plano estava preparado para 20 semanas e dava 3 opções de treino em função dos objectivos:
- Quem pretendia alcançar um tempo entre 2h50 e 3h15
- Quem pretendia alcançar um tempo entre 3h30 e 4h00
- Quem pretendia alcançar um tempo entre 4h00 e 5h00
No meu caso, escolhi a segunda alternativa. No entanto, por questões de agenda, apenas comecei a minha preparação a tempo de cumprir 12 das 20 semanas previstas. Para além disso, o Plano que foi publicado deixava muitos aspectos por responder, como os ritmos de treino, das séries, etc.
Vistas as coisas à
posteriori, creio que ter conseguido ficar perto do limite de tempo mais baixo do intervalo é bom. Por outro lado, acredito que as dificuldades que senti na parte final da prova se fiquem a dever ao facto de ter feito apenas 12 das 20 semanas previstas, pois ter-me-à faltado resistência suficiente para conseguir manter o mesmo ritmo na segunda metada da maratona.
Finalmente, e de acordo com os dados do meu relógio Polar a pulsação média foi de 162, sendo que me mantive cerca de 2/3 do tempo abaixo de 85% da capacidade máxima teórica. Trata-se de um resultado em tudo compatível com aquilo que senti ao longo da prova e que me deixa confiança de que em futuras maratonas tenho alguma margem para melhorar o desempenho.