
Ontem foi Dia Mundial do Coração. Foram muitas as acções de sensibilização para as doenças cardiovasculares (de manhã junto ao Castelo, em Vila do Conde, também houve uma) e as notícias nas televisões e nas páginas dos jornais. Se não fosse por mais nada, só por isso já teria sido bom celebrar a data. No entanto, o dia de ontem já acabou e, se as pessoas não tiverem percebido a mensagem, de pouco valerá.
- Meus amigos, hoje estou aqui para vos falar das Doenças do Coração e tenho duas notícias para vos dar. Uma é boa e a outra é má. Como gosto de deixar a parte boa para o fim, vou começar pela má notícia. As doenças do coração não avisam e, quando chegam, costumam matar, e, geralmente, matam muito. A boa notícia é que elas são evitáveis. Mais, evitá-las depende apenas de si! Melhor ainda, para o fazer, não necessita de gastar mais dinheiro!
Esta linguagem parece a de um vendedor de banha da cobra, mas, por incrível que pareça, corresponde à mais pura das verdades. Com efeito, as doenças do coração são, nas sua grande maioria, perfeitamente evitáveis. Geralmente, estão associadas à exposição (voluntária) a factores de risco que dependem exclusivamente do estilo de vida que cada pessoa decide levar, senão veja-se:
- Hábitos tabágicos - Fumar não mata. No entanto, está provado que, uma pessoa que fuma tem uma probabilidade de sofrer de doenças cardiovasculares muitíssimo mais elevado do que outra que não fuma. É verdade que há, em certa fase da vida (na adolescência) uma pressão para a iniciação em hábitos tabágicos. É verdade que, uma vez iniciados nestes hábitos, é difícil a libertação. De qualquer forma, a decisão de enveredar por eles está na consciência de cada um, pelo que cada indivíduo deve apenas a si próprio a exposição a este factor de risco;
- Obesidade - Há pessoas cuja obesidade é difícil de evitar, seja por questões genéticas ou por outras doenças associadas. No entanto, na maioria dos casos, a obesidade é a consequência de uma alimentação desregrada e desiquilibrada em termos nutricionais. Por outro lado, é também a consequência da total ausência dos hábitos de prática desportiva, que, na maioria dos casos, acabariam até por atenuar as consequências da má alimentação;
- Stress - Este é, talvez, o aspecto mais difícil de controlar e, porventura, aquele que menos responsabiliza o próprio na ocorrência de doeças cardiovasculares. Com o tipo de sociedade que construímos, em que a instabilidade pessoal e profissional são demasiado habituais, é difícil evitar o stress. Apesar disso, há formas de o combater, pois está estudado que a existência de determinados hábitos (voltamos à prática desportiva, por exemplo) pode atenuar os efeitos do stress.
Esta terrível tríade é responsável pela maioria dos acidentes cardiovasculares. No entanto, está na mão de cada pessoa lutar contra ela e vencê-la. Acredito que não seja fácil mudar de hábitos, da mesma forma que nada que nos traga vantagens é fácil de conseguir. O bem-estar físico e a saúde necessitam que investamos neles. Que lhes dediquemos algum esforço e tempo. Que os desejemos. Por isso, cada pessoa, antes de se lamentar dos problemas de que sofre, deve fazer uma introspecção e perguntar a si própria o que tem feito para os evitar. No caso de doenças deste tipo, olhe para a sua vida e, só depois, diga alguma coisa.De certeza que serão poucos aqueles que se queixarão de outra coisa senão... deles próprios.
Por isso mesmo, e porque é possível mudar de vida, deixo aqui um conselho para quem ainda tiver dúvidas:
Pela sua saúde, CORRA!
2 comments:
pois, mas as pessoas nao correm porque o atletismo e um desporto muito sofrido, e nem todos vao ate ao fim! eu ja sufri muito, mas tou ca ainda, porque amo mesmo este desporto!
comprimentos.
Marco Paiva
Por acaso esse é um bom tema de discussão. É verdade que correr provas de fundo, com objectivos de melhorar sempre a performance acaba por ter uma certa faceta de sofrimento que algumas pessoas não estão dispostas a passar. Nós, que gostamos da corrida, não só não temos medo disso, como ainda gostamos...
Mas se pensarmos na corrida, sem preocupações de performance, constata-se que não há qualquer espécie de sofrimento e, melhor ainda, os benefícios em termos de saúde e bem-estar são evidentes.
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