Monday 29 September 2008

O Dia do Coração



Ontem foi Dia Mundial do Coração. Foram muitas as acções de sensibilização para as doenças cardiovasculares (de manhã junto ao Castelo, em Vila do Conde, também houve uma) e as notícias nas televisões e nas páginas dos jornais. Se não fosse por mais nada, só por isso já teria sido bom celebrar a data. No entanto, o dia de ontem já acabou e, se as pessoas não tiverem percebido a mensagem, de pouco valerá.

Recorrendo ao estilo dos melhores comunicadores, alguém que tivesse de falar sobre doenças cardiovasculares diria:

- Meus amigos, hoje estou aqui para vos falar das Doenças do Coração e tenho duas notícias para vos dar. Uma é boa e a outra é má. Como gosto de deixar a parte boa para o fim, vou começar pela má notícia. As doenças do coração não avisam e, quando chegam, costumam matar, e, geralmente, matam muito. A boa notícia é que elas são evitáveis. Mais, evitá-las depende apenas de si! Melhor ainda, para o fazer, não necessita de gastar mais dinheiro!

Esta linguagem parece a de um vendedor de banha da cobra, mas, por incrível que pareça, corresponde à mais pura das verdades. Com efeito, as doenças do coração são, nas sua grande maioria, perfeitamente evitáveis. Geralmente, estão associadas à exposição (voluntária) a factores de risco que dependem exclusivamente do estilo de vida que cada pessoa decide levar, senão veja-se:

- Hábitos tabágicos - Fumar não mata. No entanto, está provado que, uma pessoa que fuma tem uma probabilidade de sofrer de doenças cardiovasculares muitíssimo mais elevado do que outra que não fuma. É verdade que há, em certa fase da vida (na adolescência) uma pressão para a iniciação em hábitos tabágicos. É verdade que, uma vez iniciados nestes hábitos, é difícil a libertação. De qualquer forma, a decisão de enveredar por eles está na consciência de cada um, pelo que cada indivíduo deve apenas a si próprio a exposição a este factor de risco;

- Obesidade - Há pessoas cuja obesidade é difícil de evitar, seja por questões genéticas ou por outras doenças associadas. No entanto, na maioria dos casos, a obesidade é a consequência de uma alimentação desregrada e desiquilibrada em termos nutricionais. Por outro lado, é também a consequência da total ausência dos hábitos de prática desportiva, que, na maioria dos casos, acabariam até por atenuar as consequências da má alimentação;

- Stress - Este é, talvez, o aspecto mais difícil de controlar e, porventura, aquele que menos responsabiliza o próprio na ocorrência de doeças cardiovasculares. Com o tipo de sociedade que construímos, em que a instabilidade pessoal e profissional são demasiado habituais, é difícil evitar o stress. Apesar disso, há formas de o combater, pois está estudado que a existência de determinados hábitos (voltamos à prática desportiva, por exemplo) pode atenuar os efeitos do stress.

Esta terrível tríade é responsável pela maioria dos acidentes cardiovasculares. No entanto, está na mão de cada pessoa lutar contra ela e vencê-la. Acredito que não seja fácil mudar de hábitos, da mesma forma que nada que nos traga vantagens é fácil de conseguir. O bem-estar físico e a saúde necessitam que investamos neles. Que lhes dediquemos algum esforço e tempo. Que os desejemos. Por isso, cada pessoa, antes de se lamentar dos problemas de que sofre, deve fazer uma introspecção e perguntar a si própria o que tem feito para os evitar. No caso de doenças deste tipo, olhe para a sua vida e, só depois, diga alguma coisa.

De certeza que serão poucos aqueles que se queixarão de outra coisa senão... deles próprios.

Por isso mesmo, e porque é possível mudar de vida, deixo aqui um conselho para quem ainda tiver dúvidas:

Pela sua saúde, CORRA!

2 comments:

Marco Antonio said...

pois, mas as pessoas nao correm porque o atletismo e um desporto muito sofrido, e nem todos vao ate ao fim! eu ja sufri muito, mas tou ca ainda, porque amo mesmo este desporto!

comprimentos.
Marco Paiva

MPaiva said...

Por acaso esse é um bom tema de discussão. É verdade que correr provas de fundo, com objectivos de melhorar sempre a performance acaba por ter uma certa faceta de sofrimento que algumas pessoas não estão dispostas a passar. Nós, que gostamos da corrida, não só não temos medo disso, como ainda gostamos...
Mas se pensarmos na corrida, sem preocupações de performance, constata-se que não há qualquer espécie de sofrimento e, melhor ainda, os benefícios em termos de saúde e bem-estar são evidentes.

 
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