Thursday 6 November 2008

Correr porquê?

Ao ler o post que a minha amiga virtual Sandra Partridge colocou no seu simpático blog, dei comigo a pensar sobre a razão pela qual gosto de correr. No seu caso, a Sandra define assim a razão de ser da sua paixão:

"In my case, I do it because of all the above and also because after each marathon I feel powerfull. After each race I know I have defied the misconception that "getting older" means you are no longer athletic, that you no longer can do "this" or do "that". I proved to myself time and time again that I am like a good bottle of wine: The old I get the better I feel. Is not so much how I look; well that's too (rsss) but how I feel. Running make me feel good, healthier and beautiful SO I WILL KEEP RUNNING".

E eu?

A corrida é um desporto que não serve para qualquer tipo de pessoa. Sendo um desporto individual e que, no caso do meio fundo e fundo, requer muita capacidade de resistência, é uma prática que se adapta bem a pessoas que gostam de ter objectivos e que consigam motivar-se para lutar por eles com determinação. Como me encaixo nesse tipo de pessoas, acredito que essa seja uma das razões pelas quais gosto tanto de correr.

Ainda a este propósito, a corrida tem uma coisa interessantíssima: nunca deixamos de ter objectivos que nos motivem a continuar. Ontem queriamos correr uma maratona. Amanhã queremos fazê-lo abaixo de 3h30m. Depois de amanhã estaremos a lutar por conseguir correr uma maratona em New York. Depois disso estaremos a tentar conseguir um tempo que nos permita correr a maratona de Boston, etc. etc...

Outro aspecto que os praticantes de atletismo gostam imenso (eu incluído) é a maravilhosa sensação que o nosso corpo experimenta depois de um treino ou uma prova que nos deixa esgotados. Os não-atletas podem dizer que seremos uma espécie de masoquistas, mas a verdade é que é fantástica a sensação que obtemos ao levar o nosso esforço aos seus limites (ou lá perto) e ao alcançar um objectivo. É algo que nos preenche completamente, seja do ponto de vista físico seja do mental. Aliás, acho que os dois se complementam e interagem concorrendo para potenciar o prazer.

A corrida tem algo que é de inagável valor para cada um dos que a praticam: dá saúde. De um modo geral, e se medicamente orientados, ao praticar atletimos conseguimos usufruir de uma tremenda mais valia a este nível, aspecto ao qual vamos dando cada vez mais valor. No meu caso isso implica a capacidade de manter um peso estável e de me sentir "forte". Quando corro com regularidade a minha qualidade de vida é muito maior do que nos tempos que passo mais afastado da sua prática.

No seu post a Sandra fala de algo que ainda não sinto muito, mas que acredito vá sentir cada vez mais intensamente: a possibilidade que a corrida nos dá de conseguirmos lutar contra o inexorável avanço do relógio biológico. Estando ainda na casa dos trintas essa não é ainda uma motivação major, mas tenho a certeza que entrando pelos quarentes e pelos cinquentas a dentro, não deixarei de ter, na corrida, um poderoso aliado que me ajude a sentir-me capaz de vencer a sensação de perda de poder que a idade deixa em todas as pessoas. Já imaginaram o que sentirá o cidadão inglês que, com os seus vetustos 87 anos, completou no passado domingo a Maratona de New York? Velho não deve ser, concerteza!

Para além destes aspectos de cariz mais pessoal, há outros que sempre pesam, que não sendo específicos da corrida, acabam também por se verificar. Falo de coisas como a possibilidade de conhecermos pessoas novas, com as quais partilhamos o nosso prazer ou de passear por novos locais, o que fazemos quando vamos disputar provas fora da nossa área de residência, entre outros.

Julgo que é por tudo isto e, talvez, ainda mais, que nunca deixei de correr desde que aos 13/14 anos descobri este maravilhoso desporto. Com maior ou menor intensidade, a corrida faz e continuará a fazer parte dos meus hábitos.

4 comments:

joaquim adelino said...

Olá MPaiva
Boa reflexão sobre a corrida, é esse o caminho. Eu já cá ando também a correr à mais de 20 anos e agora que já não tenho preocupações profissionais a corrida tornou-se num aliado precioso na manutenção e boa qualidade da minha vida. Oxalá mantenha viva para sempre essa chama saudável retratada no seu blog e que eu apreciei.
Fique bem e bons treinos.

luis mota said...

Olá Miguel!
Vários são os factores que nos levam a descobrir o prazer de correr.
Diariamente treino. Um dia sem corrida é um dia incompleto.
A corrida faz-me muito feliz. A minha felicidade aumenta sabendo que tenho na meta a minha esposa e os meus filhos a aguardar.
Sou sempre bem recebido sentindo que o meu desempenho os alegrou, nada comparavél com o carinho com que me aguardam.

Anonymous said...

Olá Miguel,
Adorei o post. É tudo isso, correr é mesmo uma coisa que nos dá um poder enorme, apesar de nem todos perceberem isso. Como é que acabar uma corrida ou um treino e estar completamente exausto é um prazer enorme? Na essência acho que isso não se explica, só se percebe.
Boas corridas.

António Almeida said...

Olá Miguel

excelente post, nesta minha 2ª vida no "mundo da corrida" correr dá-me acima de tudo momentos de grande prazer, seja quando treino, seja em provas.
Momento sublime das provas tem acontecido sempre que corto a meta com a Vitória, o que já aconteceu algumas vezes.
Abraço,
António Almeida

 
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